sexta-feira, 30 de abril de 2010

Noite de Luar

  Acabo de postar, sei disso, mas este poste de baixo já estava pronto a alguns dias e por isso, não pude deixar de enviar este, que além de ser "quentinho" é também de presente a todos os desassossegados que estão apreciando a lua cheia que está lá fora, mesmo com o frio. (sim, pois aqui em Satolep, faz 7ºC) >< Frioooooo pra burro e nem estamos no inverno! Ainda assim, estou com as janelas e portas da sacada abertas para poder observar a lua cheia lá fora, que mais parece um disco de prata suspenso num veludo negro. Uma noite como essa, mesmo gelada, inspira poesia e retidão, afinal, o quão pequena é a nossa existência, se comparada a imensidão que parece nos abraçar...

 Quando o homem foi a lua, o local onde pousou a Apollo 11, foi chamado de "mar da tranquilidade", ma será que lá de cima Neil Armstrong e seus colegas sentiram o mesmo que eu sinto ao contemplar a lua, como vejo agora? Ouso pensar que não, pois pra mim, existem certas coisas que não foram feitas para serem conquistadas, nem mesmo para serem possuídas e isso se aplica a tantas coisas e de formas tão amplas que nem caberia escrever aqui.Afinal, noites como essa, inspiram divagações românticas, arroubos de paixão ou para pessoas como eu inspiração para escrever  que lhe vai a alma.

"Caberia eu, nos teus braços, se eu fosse pequena como uma estrela?
Ah! Lua alada, que vaga mudando a face...
Hora somes sob o céu
Em outras retorna, cheia e luminosa
Deixa aquecer-me na tua prateada luz
Enquanto embalo meus desamores no sorriso teu."

Uma noite sossegada, num vasto quarto iluminado... Espero que a companhia da lua me baste para manter a alma leve e o sorriso das faces.

A Paris que eu nunca verei

 Andando pelas ruas eu vejo a ostentosa história que já cruzou por estes casarões, nada aqui é como no resto do país, tudo é mais, tudo é melhor e mesmo assim, ainda perece... Será essa a Paris que eu nunca verei?
Sim, pois Pelotas foi (ou ainda é) a Paris do Brasil, com seus telhados modelados, suas cúpulas torneadas e seus frontões neo clássicos espalhando-se pela cidade, tudo em Pelotas respira e transpira história, tradição e de certa forma doçura. Seja nas suas casas de muros baixos e jardins mimosos ou pelas grandes casas, que mais lembram palacetes em pleno centro da cidade, ou quem sabe, pelo cheiro de caramelo e fios de ovos, que parece nos despertar todas as manhãs...
  Se Paris não for assim, sinônimo de beleza, cultura e aristocracia... então essa não é a Paris que eu quero conhecer... Pois aqui se encontra belezas em todas as partes (não tão bem conservadas ou amadas, como deveriam ser) mas ainda assim você se pega surpreendido pelo séc. XXI em algumas esquinas ou pela mini-saia das meninas.
 Aqui a arte salta aos olhos, seja na arquitetura de um prédio, que ainda mantém em sua fachada uma ninfa alada a recepcionar os passantes ou nos afrescos de Locatelli, que maravilham os olhos daqueles que entram na catedral. Esta tudo ali, ao alcance dos dedos ou das lembranças. Esta Paris "sulista" é elite e tradição até mesmo nos nomes que exporta, quem nunca ouviu falar de  Simões Lopes Neto, na literatura, Leopoldo Gotuzzo, na pintura, Antonio Caringi, nas esculturas... Essa minha Paris, mesmo assim não é tão esnobe quanto parece, pois ao contrário do que acontece na outra (sim aquela do outro lado do Atlântico) aqui as belezas são de graça e sem filas de espera. Aqui você visita o Solar da Baronesa pela manhã, aprecia as obras de Locatelli a tarde e a noitinha, ainda aprecia o por do sol as margens da Lagoa dos Patos... Como eu disse, temos tudo... E esta Paris que eu vejo aqui, não é a que os outros vêem, assim como a Capital francesa, nunca será tão calma e silênciosa, quanto a que me acolhe aqui.

sábado, 24 de abril de 2010

Dessassossegada por natureza!

  Inspiração não nos falta, mas a ausência de sossego na vida pode nos tornar naturalmente ansiosos, descrentes, desassossegados... Não que a paz seja impossível de ser encontrada, mas simplesmente somos assim em essência, sempre buscamos mais, nunca nos contentamos com o que já conseguimos, estamos sempre olhando mais longe, querendo saber o que existe mais adiante o que o futuro nos reserva. E acredito ser essa a causa do meu desassossego, na verdade a alma da minha própria alma.

 Mas como dar vazão a essa constante insatisfação?

 Normalmente fazendo coisas que nos tiram o foco, nos relaxam ou simplesmente que somos realmente bons. Alguns desenham, outros praticam esportes... Eu escrevo, sempre escrevi em verdade, não muito bem nem com muita dedicação ou atenção, mas sempre achei que das duas uma: "Ou falo o que me aflige, ou escrevo o que me enche." Pode parecer infantilóide, mas até os dias de hoje tenho sempre uma agenda, bloco ou folha dentro da bolsa, sempre uma caneta milagrosa e esses dois juntos, são melhores que o relaxante mais eficaz do mundo. E foi justamente por causa deste hábito, que o "desassossego" está nascendo hoje.

 Agora, talvez alguém pergunte: E o que isso tem a vêr com um blog? Quem quer saber das suas variáveis emocionais ou dos seus desassossegos. Querida, se enxerga!


Bom, se você está se questionando isso, é porque meu intento já foi alcançado. Percebi que muitas dos meus desassossegos, são bem parecidos com o que acontece no SEU dia-a-dia (isso ainda se separa com "-"? Oo) e as vezes, uma visão diferente sobre o mesmo assunto é tudo o que precisamos para que as portas, literalmente, se abram em nossa percepção. Além de que, asseguro a vocês, eu muitas vezes posso ser engraçada, nas minhas tentativas de drama do cotidiano... Ok, ok nada de Shakespeareano, mas ainda assim, sei que não sou de todo, uma sem graça.

 Além de que, gosto de dividir, sou sincera (até quando me estrepo por isso), curiosa e talvez, apenas talvez, você venha a gostar de simplesmente lêr o que escrevo... Já pensou nisso? Não almejo grandezas ou reconhecimentos póstumos, não quero dar autógrafo nem aparecer na crítica da folhha de SP ou na Zero Hora. Só quero me desassossegar e se poder ser com você, será ótimo. Afinal dois desassossegados juntos, podem conseguir sussego... Imagina se forem vários desassossegados!

 Bom, acredito que para um post de apresentação do blog, este já esteja mostrando a que viemos (sim viemos, pois eu e o blog somos duas entidades a parte - megalomânia? Nem de perto ¬¬)

 Fica aqui uma abraço de estréia, o convite para a espumante é mais tarde, quem sabe... Eu falei de mim ou de um desassossego?!?

 Kissu