sexta-feira, 30 de abril de 2010

A Paris que eu nunca verei

 Andando pelas ruas eu vejo a ostentosa história que já cruzou por estes casarões, nada aqui é como no resto do país, tudo é mais, tudo é melhor e mesmo assim, ainda perece... Será essa a Paris que eu nunca verei?
Sim, pois Pelotas foi (ou ainda é) a Paris do Brasil, com seus telhados modelados, suas cúpulas torneadas e seus frontões neo clássicos espalhando-se pela cidade, tudo em Pelotas respira e transpira história, tradição e de certa forma doçura. Seja nas suas casas de muros baixos e jardins mimosos ou pelas grandes casas, que mais lembram palacetes em pleno centro da cidade, ou quem sabe, pelo cheiro de caramelo e fios de ovos, que parece nos despertar todas as manhãs...
  Se Paris não for assim, sinônimo de beleza, cultura e aristocracia... então essa não é a Paris que eu quero conhecer... Pois aqui se encontra belezas em todas as partes (não tão bem conservadas ou amadas, como deveriam ser) mas ainda assim você se pega surpreendido pelo séc. XXI em algumas esquinas ou pela mini-saia das meninas.
 Aqui a arte salta aos olhos, seja na arquitetura de um prédio, que ainda mantém em sua fachada uma ninfa alada a recepcionar os passantes ou nos afrescos de Locatelli, que maravilham os olhos daqueles que entram na catedral. Esta tudo ali, ao alcance dos dedos ou das lembranças. Esta Paris "sulista" é elite e tradição até mesmo nos nomes que exporta, quem nunca ouviu falar de  Simões Lopes Neto, na literatura, Leopoldo Gotuzzo, na pintura, Antonio Caringi, nas esculturas... Essa minha Paris, mesmo assim não é tão esnobe quanto parece, pois ao contrário do que acontece na outra (sim aquela do outro lado do Atlântico) aqui as belezas são de graça e sem filas de espera. Aqui você visita o Solar da Baronesa pela manhã, aprecia as obras de Locatelli a tarde e a noitinha, ainda aprecia o por do sol as margens da Lagoa dos Patos... Como eu disse, temos tudo... E esta Paris que eu vejo aqui, não é a que os outros vêem, assim como a Capital francesa, nunca será tão calma e silênciosa, quanto a que me acolhe aqui.

Um comentário:

  1. Linda foto, lindas palavras, lindo post! E linda cidade, apesar de não conhecer. Só as palarvas já deixam um gostinho de bucolismo perdido, saudosismo nostálgico e uma pontinha de algo que se perdeu no tempo.

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