sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Hoje o dia está assim, pesado na melhor das definições. Não há nada de interessante para se fazer, embora minha cabeça fervilhe de idéias a serem postas em prática, mas elas simplesmente não saem.

 Por isso achei por bem vir escrever, enquanto a minha lista de tarefas, domésticas, segue a acumular-se numa proporção gigantesca, mas me falta a vontade de iniciálas. Queria escrever algo inteligente, divertido, quem sabe até um pouco cástico, como as coisas que tem pipocado na net sobre os assuntos mais diversos: Rio e seus tiroteios, Sampa e seus problemas, o calor do verão que se avizinha; Mas nada me ocorre, ao menos nada que se pareça com inteligente, divertido ou cáustico ¬¬... Será que simplesmente não sei mais escrever?

 Acho que com o tempo, tenho pouco a pouco, perdido o jeito para a "coisa" sabem?! Antes, minha cabeça sempre fervilhava com idéias para resumos, aventuras, histórias e contos. Tudo parecia me evocar a alguma aventura não contada, todo fato narrado podia transformar-se rápidamente em uma narrativa épica e eletrizante, mas nos últimos tempos, o máximo que chego são a algumas linhas perdidas, depois de conversar muito com alguns amigos, e ainda assim, nada muito empolgante.

 No começo, acreditei ser apenas bloqueio de criatividade, depois culpei meus desamores, mas acho que a real motivação, desta minha falta de imaginação, seja simplesmente a velhice. E não me refiro a velhice do corpo, não, conheço muitos "velinhos" que são um show a parte em vivacidade, sagacidade e imaginação. Velinhos que deixariam Poe de calças arriadas no chão e o Verne de cabelos em pé. Resolvido o parâmetro de velhice, acredito que agora seja mais fácil prosseguir. A velhice que me acomete é o desgaste da cabeça, ou da alma para os mais românticos, nada parece ter o mesmo gosto ou a mesma importância, tudo parece desgastado ou velho, de certa forma puído de significados.

 Acho que assim como o ano que se esvai (e eu continuo tendo a sensação de que 2010 está sendo um suspiro involuntário) a velice se avizinha, seria esse sentimento de desuso, de descarte que as coisas velhas e inanimadas sentem, quando estão prestes a serem substituidas? O ano será substituido por um novo, as expectativas faram o mesmo... Mas e eu?

 Estou divagando, perdoem-me, não vim aqui para discutir sobre isso (discutir com quem, sua desmiolada?!?!!?) Vim aqui para tentar escrever alguma coisa interessante, mas acho que não será hoje - em verdade, não tenho feito isso a um bom tempo, podem dizer. Por isso vou me restringir a deixar uma sugestão fora de hora e de lugar; Leiam Brillat, a mim tem servido de inspiração de certa forma (tá, a quem eu quero enganar ¬¬) e tem me feito compania nessas noites insônes de primavera, enquanto o mundo lá fora pupula de criatividade.

 É isso, por fim, não escrevi nada de nada... Talvez apague esse post e substitua por algo mais interessante, não sei... Ou talvez simplesmente apague, sei lá.

Nenhum comentário:

Postar um comentário