terça-feira, 28 de setembro de 2010

Desespero

 Dormi a noite, com um nó na garganta... Em meio aos lençóis, rolei em ânsia, que me esmagava o coração.

 Hoje, ao acordar virei gavetas, na tentativa de te encontrar, um resquicio, um sentido... Algo que me fizesse acordar e saber o que se passa, passava ou passou?! Não sei, nada encontrei, não houve gaveta que me respondesse as minhas mágoas ou amenizasse a minha angústia.

 Tento virar a página, mas não há o que ser escrito em uma alva brancura nova, rabiscos a esmo é tudo o que me antecede no  livro da vida. Nomes repetidos, rostos retorcidos, nada de nada... Não há esperanças.

 As gavetas ainda estão viradas e seus conteúdos, espalhados pelo chão, não tenho vontade de arrumar nada. Apenas ando sob as lembranças, com pés descalsos e desolação ao fitar tudo sem dar-lhes a devida importância. Não sobrou mais nada, a ânsia segue, pensamentos desordenados.

 Lá fora, o vento joga-se contra as janelas, que me protegem do dia cinza. A chuva cai em pingos grossos, como lágrimas do céu tristonho. Minhas gavetas, agora vazias... Um dia, quem sabe eu me ocupe a preenche-las novamente, com seus conteúdos certos e organizados, até lá, eu volto a dormir, sentindo a mesma ânsia que me esmaga o coração, dia após dia, por não saber o que está por vir. Só a certeza que não vou te encontrar.

Um comentário:

  1. ...as gavetas sempre vencem, não consigo encontrar similaridades, dentro de cada gaveta um pedaço de muitas histórias, vida seria melhor sem gavetas, roupeiros sem portas, mas melhor para quem, eu não suporta a idéia de saber onde está o fosforo e a vela quando falta luz.....isso é chato, adoro a surpresa das gavetas...

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